quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Boa noite!


 

O último Girassol 🌻

 O Último Girassol


  No coração de uma cidade cinzenta, onde os prédios competiam com o céu e o asfalto abafava qualquer vestígio de terra fértil, um pequeno girassol nasceu. Brotou tímido, entre as rachaduras de uma calçada esquecida, cercado pelo barulho incessante dos carros e pela indiferença dos transeuntes.




  As primeiras chuvas o fortaleceram, mas logo vieram os desafios: o calor sufocante do asfalto, os passos descuidados de quem passava, o lixo jogado sem pensar. Mesmo assim, ele crescia, sua haste fina se alongando em direção à luz, sua cor vibrante desafiando o cinza ao redor.

  Um dia, uma tempestade furiosa varreu a cidade. O vento o dobrou até quase quebrá-lo, e a chuva pesada tentou retirá-lo com a lama. Na manhã seguinte, o girassol estava ali, ferido, mas de pé, sua flor voltada para o sol que surgia entre as nuvens.

  Foi então que uma criança o notou. Encantada com sua beleza e resistência, decidiu protegê-lo. Cercou-o com pedras, regou-o com cuidado e, todos os dias, lhe oferecia palavras de incentivo, como se falasse a um velho amigo.

  O girassol cresceu forte, e logo não era mais apenas um. Outras flores começaram a brotar ao seu redor, inspiradas pela coragem daquele que resistiu.

  E assim, no meio do concreto e do caos, nasceu um pequeno jardim – prova de que, mesmo nos lugares mais inóspitos, a vida sempre encontra um jeito de florescer.

  Acredite pois nada é mais forte, que a resiliência de alguém obstinado a superar as dificuldades desta vida.




terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Além da Tempestade

 Além da Tempestade

  O vento soprava forte naquela manhã, arrastando folhas secas pelo chão rachado. Sofia olhava pela janela do pequeno apartamento que alugava nos fundos de uma mercearia. Há meses, sua vida parecia um labirinto sem saída: perdera o emprego, os amigos se afastaram e as contas se empilhavam como uma muralha intransponível.

  Mas havia algo dentro dela que se recusava a se render.Um fogo brando, quase imperceptível, mas que ainda queimava.

  Certa noite, enquanto caminhava pelo bairro sem destino, avistou um anúncio em um poste: “Curso gratuito de panificação – transforme sua vida com suas próprias mãos. ” Ela sorriu. Sempre amara o cheiro de pão saindo do forno, uma lembrança da infância com a avó.

  Inscreveu-se no curso no dia seguinte.No início, sentia-se deslocada, sem confiança. Mas, pouco a pouco, suas mãos começaram a moldar sonhos junto com a massa. Cada fornada era uma pequena vitória. Em poucos meses, Sofia vendia pães artesanais para vizinhos e feiras locais.

  Hoje, um ano depois, ela é dona de uma pequena padaria.Seu nome está na fachada, e seu coração, antes pesado, agora bate leve ao ritmo das fornadas quentes e do aroma de esperança que preenche o ar.

  Porque a vida pode nos derrubar, mas sempre há um jeito de levantar. Basta encontrar o fogo dentro de nós — e alimentá-lo.

Bom dia!


 

domingo, 16 de fevereiro de 2025

Inquietude provocada por nossas sombras.

 

  







  No silêncio da noite,Elias encarava seu reflexo no espelho. Não era apenas um rosto cansado que via, mas a sombra de anos de medos, culpas e dúvidas que o assombravam. Desde a infância, carregava vozes internas que lhe diziam que não era suficiente, que jamais encontraria a paz.

  Um dia, exausto de fugir de si mesmo, Elias tomou uma decisão: em vez de rejeitar sua escuridão, ele a acolheria. Sentou-se em meditação, respirou fundo e, pela primeira vez, ouviu sua sombra sem medo. Ela não era um inimigo, mas um professor. Mostrava suas dores, sim, mas também sua força.

  Com o tempo, Elias aprendeu que a luz e a escuridão dançam juntas. Ele não precisava negar sua sombra, apenas compreendê-la. E, ao fazer isso, percebeu que ela se dissolvia, dando lugar a algo maior: sua própria liberdade.

   

 



Bom final de semana!