O Ăltimo Girassol
No coração de uma cidade cinzenta, onde os prĂ©dios competiam com o cĂ©u e o asfalto abafava qualquer vestĂgio de terra fĂ©rtil, um pequeno girassol nasceu. Brotou tĂmido, entre as rachaduras de uma calçada esquecida, cercado pelo barulho incessante dos carros e pela indiferença dos transeuntes.
As primeiras chuvas o fortaleceram, mas logo vieram os desafios: o calor sufocante do asfalto, os passos descuidados de quem passava, o lixo jogado sem pensar. Mesmo assim, ele crescia, sua haste fina se alongando em direção à luz, sua cor vibrante desafiando o cinza ao redor.
Um dia, uma tempestade furiosa varreu a cidade. O vento o dobrou até quase quebrå-lo, e a chuva pesada tentou retirå-lo com a lama. Na manhã seguinte, o girassol estava ali, ferido, mas de pé, sua flor voltada para o sol que surgia entre as nuvens.
Foi entĂŁo que uma criança o notou. Encantada com sua beleza e resistĂȘncia, decidiu protegĂȘ-lo. Cercou-o com pedras, regou-o com cuidado e, todos os dias, lhe oferecia palavras de incentivo, como se falasse a um velho amigo.
O girassol cresceu forte, e logo não era mais apenas um. Outras flores começaram a brotar ao seu redor, inspiradas pela coragem daquele que resistiu.
E assim, no meio do concreto e do caos, nasceu um pequeno jardim – prova de que, mesmo nos lugares mais inĂłspitos, a vida sempre encontra um jeito de florescer.
Acredite pois nada Ă© mais forte, que a resiliĂȘncia de alguĂ©m obstinado a superar as dificuldades desta vida.


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